eu, eu mesma e maria

e agora quem mais quiser...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

me diz: o que você faria?

tenho pensado muito sobre duas músicas cujas letras, juntas, me inspiram a querer mudar o tom da minha vida e, quem sabe (pretensão), despertar outras pessoas desta "letargia emocional" que nos tem tomado conta, amparada sempre na boa e velha desculpa da falta de tempo...
bom, a primeira delas é de um cantor/compositor que eu amo de paixão - o paulinho da viola (assim chamado pq ele mesmo faz seus próprios instrumentos), cujo show me deixou profundamente emocionada, arrepiada, extasiada, arrebatada - com a alma lavada... sem dúvidas, foi o melhor show que fui em toda a minha vida, pois pude estar diante daquele artista que tanto admiro, o qual se mostrou imensamente feliz e satisfeito por estar ali, que sorria o tempo todo e embalava um coro afinado, que acompanhava todas as músicas num só ritmo, como um só coração... bonito mesmo de se ver!!!
feitas as pequenas (mas necessárias) considerações ao pai da obra, preciso confessar que já tinha ouvido esta música chamada "sinal fechado" há algum tempo, na voz de outro artista que também idolatro, o chico buarque (um gênio musical que muito raramente em sua vida gravou músicas de outros artistas sem ser em parceira, mas percebeu a preciosidade dessa composição, e não hesitou em pedir permissão para gravá-la), mas não tinha me dado conta do quão verdadeira e atual ela se mostra... e foi assim, escutando-a com mais vagar, que realizei algo que, até então tentava refutar: é exatamente assim que fazemos todos os dias - colocamos toda a culpa pelo que não conseguimos fazer, pelas pessoas que deixamos de ver, pelos cursos que deixamos de freqüentar, pela atenção que deixamos de dar, pela falta da palavra amiga, pelo esquecimento de uma data importante, pela falta de delicadeza, pela impossibilidade de uma visita mais demorada, enfim, por todas as vezes que deixamos de "estar", no mais amplo sentido da palavra, não nos permitindo perceber que "estar" mais vezes, e de forma mais profunda é mais do que necessário - é vital... e enriquece o nosso mundo...
só sei que tudo o que eu tentar escrever sobre essa música e sobre esse artista será uma pálida tentativa, perto da grandeza da sua história e da sua obra... aliás, arte é isso... uma pessoa que canta a desilusão como ninguém e é homem de uma mulher só há cerca de trinta anos - não é bárbaro?

SINAL FECHADO (Paulinho da Viola)

Olá, como vai?

Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo, quem sabe...
Quanto tempo...
Pois é... Quanto tempo...
Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê, eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é... (pois é... quanto tempo...)
Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...
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até quando tantas desculpas??

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a outra música à qual me refiro, é de um outro paulinho (o môska), um cara bem jovem que compõe de forma super original, além de cantar de forma suave, e fazer versões de músicas de outros cantores que igualmente amo (como o jorge drexler)... ele fala sobre coisas banais com um toque refinado e uma pitadinha de acidez - sempre encontrando as palavras certas para nos fazer pensar... além disso, é um excelente entrevistador (programa zoombido no canal brasil, às quintas-feiras), pois, assim como nas músicas, deixa a obviedade de lado, e sempre faz perguntas interessantes e inovadoras... faz com que os entrevistados se sintam especiais, não só pelo conjunto das perguntas, mas, principalmente, pelo modo como se dirige a eles, olhando-os com aquela carinha de criança que aprecia um brinquedo pela primeira vez e tenta entender como aquilo funciona, sabe... dá gosto de ver...

ouvi-a pela primeira vez na versão do ney matogrosso (preciso dizer que amo?) e, a par da sua interpretação que sempre me fascinou, pela sua força e pelo quê de dramaturgia, a letra realmente me chamou muito a atenção... aliás, seria mais correto dizer que aquilo me caiu como se fosse uma tonelada na cabeça - tóin! e depois dela eu nunca mais fui a mesma...
sei que parece meio forte dizer isso por causa de uma canção, mas é exatamente isso: existem pessoas que possuem o dom de expressar sentimentos de uma maneira única, que causam esse tipo de sensação na gente de: tá, agora pára e pensa sobre isso... entende? não sei se consigo expressar direito como a senti e porque neste momento, mas é como diz o milton nascimento - "... certas canções que ouço cabem tão dentro de mim que perguntar carece: como não fui eu que fiz?"...
-
O QUE VOCÊ FARIA? (Paulinho Môska)
-
Meu amor o que você faria?
Se só te restasse um dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?
Ia manter sua agenda
de almoço hora apatia
Ou ia esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor o que você faria?
Se só te restasse um dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?
Corria pra um shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não da tempo
Pro tempo que já se perdia
Meu amor o que você faria?
Se só te restasse esse dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?
Andava pelado na chuva
Corria no meio da rua
Entrava de roupa no mar
Trepava sem camisinha
Meu amor o que você faria?
o que você faria?
Abria a porta do Hospício
Trancava da delegacia
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria
Meu amor o que você faria?
Se só te restasse esse dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?
Meu amor o que você faria?
Se só te restasse esse dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?
-----------------------------
qualquer hora dessas respondo o que eu faria...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

little eyes see a lot







WHEN YOU THOUGHT I WASN'T LOOKING

A message every adult should read because children
are watching you and doing as you do, not as you say.

When you thought I wasn't looking I saw you hang my
first painting on the refrigerator, and I immediately
wanted to paint another one.
When you thought I wasn't looking I saw you feed a
stray cat, and I learned that it was good to be kind
to animals.
When you thought I wasn't looking I saw you make my
favorite cake for me, and I learned that the little
things can be the special things in life.

When you thought I wasn't looking I heard you say a
prayer, and I knew that there is a God I could always
talk to, and I learned to trust in Him.
When you thought I wasn't looking I saw you make a
meal and take it to a friend who was sick, and I
learned that we all have to help take care of each other.
When you thought I wasn't looking I saw you take care
of our house and everyone in it, and I learned we have
to take care of what we are given.

When you thought I wasn't looking I saw how you
handled your responsibilities, even when you didn't
feel good, and I learned that I would have to be
responsible when I grow up.
When you thought I wasn't looking I saw tears come
from your eyes, and I learned that sometimes things
hurt, but it's all right to cry.
When you thought I wasn't looking I saw that you
cared, and I wanted to be everything that I could be.
When you thought I wasn't looking I learned most of
life's lessons that I need to know to be a good and
productive person when I grow up.

When you thought I wasn't looking I looked at you and
wanted to say, 'Thanks for all the things I saw when
you thought I wasn't looking.'

I AM SENDING THIS TO THE PEOPLE
WHO DO SO MUCH FOR OTHERS,
BUT THINK THAT NO ONE EVER SEES.
LITTLE EYES SEE A LOT .
Each of us (parent, grandparent, aunt, uncle, teacher, friend)
influences the life of a child.
How will you touch the life of someone today?
Live simply. Love generously. Care deeply.
Speak kindly.
Leave the rest to God.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

esperança

prestando cada vez mais atenção nas letras e, p/ essa, confesso que nunca tinha dado o devido valor...

mas com ela descobri o significado da palavra "vicejar" - grande guilherme arantes!!!


Amanhã
Compositor: Guilherme Arantes

Amanhã será um lindo dia
Da mais louca alegria
Que se possa imaginar

Amanhã, redobrada força
Pra cima que não cessa
Há de vingar

Amanhã, mais nenhum mistério
Acima do ilusório
O astro-rei vai brilhar

Amanhã a luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar

Amanhã está toda esperança
Por menor que pareça
Existe e é pra vicejar

Amanhã, apesar de hoje
Será a estrada que surge
Pra se trilhar

Amanhã, mesmo que uns não queiram
Será que outros esperam
Ver o dia raiar

Amanhã, ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno!



http://www.youtube.com/watch?v=c29McuGfycA
(não consegui baixar o vídeo aqui de jeito nenhum)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

impressões e tal...


já há mais de um ano tenho estado em minha reclusão caseira - acompanhada sempre por meus bons companheiros livros de Direito, e isso tem me feito repensar sobre umas coisas que andei percebendo sobre mim e sobre os outros...
quanto a mim, vejo-me cada vez mais madura e confiante, por certo em razão da segurança que os anos passados acabam por trazer... sinto-me agora preparada para novos desafios, corajosa como sempre fui, mas não por saber que eu daria um jeito qualquer, houvesse o que houvesse... não... porque sei que, quando imprevistos houver, saberei lidar com eles como passei a lidar há pouco: com sabedoria para ver o lado seu bom, e tomando as decisões com convicção de que foram as mais acertadas, depois de ver o fato por todos os ângulos...
agora também penso um pouquinho mais antes de falar o que penso - afinal, ninguém é obrigado a ouvir; acostumei-me a não julgar por julgar, ainda mais sem conhecer - pois todos têm sua história de vida, e ninguém faz nada sem ter um porquê; não tenho mais ataques de ciúmes como antes - aprendi que temos que dividir o amor para que ele seja somado; tenho mais confiança em mim e sei exatamente onde quero e posso chegar - me dei conta de que se valorizar não é feio, muito antes pelo contrário; demonstro de maneira mais natural os meus sentimentos - sem aquela de que "ah! eles devem saber o que eu sinto"; permito-me uma sesta quando tenho sono - não acho mais que seja perda de tempo; tenho corrido - não porque é moda agora, mas porque preciso treinar para a minha prova física, e porque tenho de admitir: é meio viciante mesmo; ao menor sinal de doença vou ao médico - não tenho mais que ficar bancando a super-mulher, aliás, ando mesmo me permitindo ser frágil ultimamente... e é tão bom ser mimada, cuidada, querida... tão bom saber que vou ter colo pra me aconchegar quando ficar carente...
quanto aos outros, divido-os em três grandes grupos: a minha família, os meus amigos de verdade, e aqueles que, até então, pensava serem meus amigos...
o primeiro sempre esteve comigo e me deu o apoio que eu precisei para começar (e permanecer) neste caminho por vezes tortuoso... entende, incentiva, anima, e mais: me poupa dos problemas... mesmo que eu nunca tenha pedido, evitam me falar sobre coisas negativas quando estou no auge do estudo ou em proximidades de provas... isso vale ouro pra mim: não o poupar em si, mas a atitude, a sensibilidade para "perceber", essa palavra tão esquecida, que faz com que sinais que nos são dados a todo momento sejam ignorados, e percamos oportunidades (talvez únicas!) de sermos generosos - bondosos (palavra também rara por esses tempos).
com o segundo grupo tive gratas surpresas. desde o começo até agora, ouço coisas que me empurram pra frente, me dão força, me dizem que eu posso, que sou inteligente, que basta que eu queira, que estou no caminho certo, que não desista, que eles estão comigo, que entendem a minha ausência, que não perca a fé!!!! são eles que eu quero ao meu lado quando a vitória chegar... eles é que quero sempre em minha vida, pois comigo só preciso de pessoas do bem e que queiram o meu bem... e hoje consigo ver com clareza quem é quem...
quanto ao terceiro, não sei se posso chamar de decepção o que senti com a sua reação de incompreensão, cobrança e inveja, afinal, como dizia meu ex-chefe, não devemos esperar nada de onde sabemos que nada vai sair... mas ainda assim eu confesso que estive por vezes a ponto de me sentir abalada, e só não me abalei de verdade, porque tenho pessoas do primeiro e do segundo grupo comigo - família e amigos DE VERDADE... aliás, esses é que importam de verdade, os outros são só coadjuvantes na minha vida, merecem atenção, mas tenho que me condicionar a receber deles só que têm de bom a me oferecer...
aliás, nunca pensei que fosse pensar assim, mas estou adorando a idéia de chegar perto dos 30 anos... muito em função de tudo isso que pude perceber tendo chegado até aqui... e muitas coisas virão, tenho certeza... o meu objetivo está cada vez mais perto, e depois dele, tantos outros eu realizarei, pois, afinal, a vida é feita de sonhos e objetivos... e além disso, como disse o grande raulzito: ...BASTA SER SINCERO E DESEJAR PROFUNDO, VOCÊ SERÁ CAPAZ DE SACUDIR O MUNDO...

sábado, 7 de novembro de 2009

amadurecer


lição aprendida e internalizada: nunca olhar as pessoas pelos olhos dos outros...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

xô preguiça!!!


não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira... pra falar bem a verdade, também nao creio que seja a última... mas mais uma vez me matriculei na academia, disposta (como sempre) a conseguir o meu objetivo: um melhor condicionamento cardíaco (como diria o chico - mentira!) e um corpinho sarado... aliás, eu quero mesmo é ter a bunda igual à da minha instrutora de malhação!! na vida precisamos ter objetivos certos a perseguir, certo?

então assim: inscrevi-me na quinta (que era o último dia da promoção) pra começar na sexta... na sexta me deu preguiça, quem sabe começo no sábado? no sábado eu pensei: oras! sábado não é dia de começar nada... deixemos para segunda - o dia internacional dos começos...

ok! na segunda eu estava lá, louca pra ficar em casa, confesso... mas valeu a pena espantar a preguiça... o meu problema é sempre o mesmo: SAIR DE CASA... depois que eu estou lá, adoro! não quero mais ir embora... foi a mesma coisa com a natação... muita função esta história de colocar maiô, creme no cabelo, touca, roupão... depois q sai da água ter de tomar banho na academia, levar aquela mochila pesada cheia com toalha, roupão, sabonete, cremes, etc. e mesmo assim, estar sempre cheirando a cloro! fora sair do quentinho da água pra tomar este frio que faz aqui... ah não! se fosse só nadar eu estaria dentro, mas a função toda que envolve me tira o tesão!

bueno, voltando à malhação, confesso que fiquei meio apavorada com o meu desempenho na esteira... dei-me conta de que sou uma velha num corpo de 29! caminhei 10 minutos na esteira pra aquecer e tudo bem... depois dos exercícios, o luciano me disse pra caminhar 3 minutos e correr 10. chegou nos 4 eu já tava botando os bofes pra fora e vermelha como um pimentão! achei que ia ter um troço!

cruzes! eu que sempre fui tão ativa, hoje me vejo mais pra bicho-preguiça do que pra macaca...

enfim! espero que ainda seja tempo, e que desta vez eu persevere... até porque, se vier a passar nas próximas fases do meu concurso (recém consegui passar na primeira), vou ter que correr longos e intermináveis 12 minutos!!

só mesmo Deus pra ajudar nesta hora... conto contigo, Senhor... prometo (tentar) fazer a minha parte desta vez...


segunda-feira, 15 de junho de 2009

bora lá sorrir...


tenho andado com muita vontade de sorrir ultimamamente... assim, sem nenhum motivo específico, sem destinatário certo, sem esperar nada em troca...
sorrio para a caixa do supermercado, dou a passagem para os pedestres na faixa e sorrio, agradeço ao frentista do posto e sorrio, peço uma informação e agradeço - sorrindo...
é claro que tudo fica melhor quando o sorriso dado é devolvido, dá uma sensação de alívio, parece até que somos parte do mesmo mundo... mas não costumo esperar por isso e, às vezes, até me surpreendo...
uma cara feia poderá ser mal interpretada, mas um sorriso... será?
não sei... ainda prefiro acreditar que um sorriso sincero na hora certa pode melhorar o dia de alguém - e se eu puder ajudar, que dádiva!
agora me veio à mente uma música que eu adoro, de um dos meus compositores/intérpretes favoritos - o zeca baleiro - e acho que resume bem o que me vai na mente...

Telegrama
Eu tava triste - tristinho
mais sem graça que a top model magrela na passarela
eu tava só - sozinho
mais solitário que um paulistano
que um canastrão na hora que cai o pano
tava mais bobo que banda de rock
que um palhaço do circo vostok

mas ontem eu recebi um telegrama
era você de aracaju ou do alabama
dizendo nego sinta-se feliz
porque no mundo tem alguém que diz
que muito te ama que tanto te ama que muito (muito) te ama que tanto te ama

por isso hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
de bater na porta do vizinho e desejar bom dia
de beijar o português da padaria
oh mama oh mama oh mama
quero ser seu quero ser seu quero ser seu quero ser seu papa

Eu tava triste - tristinho
mais sem graça que a top model magrela na passarela
eu tava só sozinho mais solitário que um paulistano
e um vilão de filme mexicano
tava mais bobo que banda de rock
que um palhaço do circo vostok

mas ontem eu recebi um telegrama
era você de aracaju ou do alabama
dizendo nego sinta-se feliz
porque no mundo tem alguém que diz
que muito te ama que tanto te ama que muito te ama que tanto (tanto) te ama

por isso hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado
de bater na porta do vizinho e desejar bom dia
de beijar o português da padaria
oh mama oh mama oh mama
quero ser seu quero ser seu quero ser seu quero ser seu papa


(mê dê a mão vamos sair pra ver o sol...)





sexta-feira, 12 de junho de 2009

para minha sogra... no dia dos namorados...


hoje me senti bem...
o dia é dos namorados, mas resolvi mandar um mail carinhoso para a minha sogra, devolvendo uma mensagem bonita que ela (não pela primeira vez) resolveu me dedicar...
continuo a querer acreditar que ela gosta, sinceramente, de mim... mas é inevitável pensar que ora ela me ama, ora me odeia... acho que fiquei com isso na cabeça, desde uma vez que fui fazer reiki com uma moça que é meio "médium", e ela me disse assim, exatamente com essas palavras, quando perguntei sobre a minha sogra...
além disso, alguns anos atrás, uma pessoa da família comentou que, em duas oportunidades, ela teria dito que eu não era a nora dos sonhos dela, mas a primeira namorada do meu marido, sim...
nossa! devo confessar que tentei fingir que não tinha ficado surpresa, mas acho que falhei (já disse neh - não sou boa em fingir)... de qualquer modo, procurei passar por cima disso, e pensar que talvez ela estivesse em algum momento infeliz, ou mesmo que nem tivesse dito dessa forma, ou com essa intenção... sei lá!
não queria me enganar, mas gostaria muito que fosse verdade todas as coisas que me diz e todos os elogios que me faz... nada mais do que a velha e boa necessidade do ser humano de se sentir amado e querido... e eu não sou diferente...
bom, pra não se perder pelo tempo, aí vai a sequência de mails trocados...

maria envia: "Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?" Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive.

sogra responde: Amei Maria. É isso mesmo! Cada vez mais acho que o Fábio não podia encontrar pessoa melhor. Além de linda, inteligente, comprometida com as causas nobres. Sou muito orgulhosa da nora que tenho. Beijão amor e que tu tenhas filhos MARAVILHOSOS, meus netos, desde já muito amados!
Ana.

maria responde: ô ana... muito obrigada pelas palavras, sempre tão gentis!! saiba que todo este carinho é recíproco, e tb sinto muito orgulho da minha sogra querida...
aliás, nem poderia ser diferente... afinal, ela colocou no mundo o grande amor da minha vida, e ensinou a ele todos os valores para que se tornasse um grande homem (e a mana, uma grande mulher!)... ela me recebeu de braços abertos em sua casa, deixando claro, desde o início, que não me via como uma "rival", mas como uma aliada, aquela que viria para somar na família, e de maneira nenhuma para desestruturar, dividir... ela que sempre faz uma surpresinha, sempre dá um presentinho, sempre prepara uma comidinha ou (melhor ainda) uma sobremesinha, tudo pra me fazer sentir amada e querida (e consegue!)... ela que me ensina a trabalhar a auto-estima, e me diz que não é feio se amar e se valorizar (bem pelo contrário)... ela que faz tudo pela família, se dedica, sofre junto, defende, se regozija com as conquistas de todos e as dela própria - que são inúmeras... ela que é ativa, batalhadora, perseverante, que vê o lado bom das coisas e das pessoas, que quer ver todos bem e felizes (e faz de tudo para que isso aconteça), que se atualiza, que trabalha a mente, que trabalha o corpo, que cultiva as amizades, que espalha amor... que está à frente do seu tempo, na vanguarda, é bem informada, bem articulada, se sai bem até dando palestras!
é uma vencedora na vida, em todos os sentidos - e isso se deve ao seu talento de viver, e à aliança que fez com as pessoas certas - tão do bem quanto ela... contando, ainda, com o apoio do resto da família, que, como ela, vale ouro...
então, só posso ser mesmo muito agradecida a Deus por ter escolhido esta grande mulher para ser a minha sogra, com quem aprendo sempre alguma coisa e, junto com vocês, que são também a minha família, quero passar o resto da minha vida...
obrigada por tudo, e saiba que pode sempre contar comigo, pois farei de tudo para te ver feliz!!
um beijo com amor, maria.

e sabe pq eu disse que me senti bem por ter escrito isso? pq realmente acredito em tudo oq escrevi - foi tudo sincero... se não, não o teria feito... não pra fazer uma média...

é que me dei conta de que várias vezes ela quis fazer as coisas com boa intenção, mas eu insistia em ver tudo do meu jeito... e confesso que até me envergonho, às vezes... mas hoje me sinto mais segura, mais dona de mim, e certas coisas que me incomodavam sobremaneira, hoje são quase insignificantes...

isso pq quero acreditar que a intenção é verdadeiramente boa, pois, no final das contas, é só isso mesmo o que interessa...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

bom dia, amiga grazi!


hoje recebi mais um carinho, também de uma ex-colega de escritório, que conquistou a minha amizade pela sua espontaneidade e seu enorme coração... é daquelas pessoas doces, puras, que se entregam aos sentimentos sem medo de sofrer, que procura sempre fazer o bem e dizer algo pra te deixar pra cima... tudo o que eu fazia era maravilhoso, e ao lado dela ficava sempre com a auto -estima lá em cima!!

- nunca conheci mulher mais cheirosa do que a maria!!
- o melhor mate? ah! o da maria...
- a maria? uma lady!! quando 'crescer', quero ser igualzinha a ela...
- é a elegância em pessoa esta maria, nunca vi perder a compostura... (e eu dizia, grazi, grazi, não me queira ver braba...).
- a maria, com este ar europeu, conquista qualquer um...


tem um jeito todo particular de demonstrar sentimentos... na época em que estava construindo sua casa, ao escolher os azulejos da cozinha disse-me: - maria! quando vi a estampa das joaninhas, pensei em ti na hora, e resolvi comprá-los para sempre lembrar de ti...
que amor, não?
na segunda-feira foi aniversário dela e fiz questão de deixar o estudo um pouco de lado para lhe dar um abraço... foi especial, como sempre... tão bom estar do lado dela e se sentir querida...


hoje abri o msn, e estava lá a nossa foto, com a seguinte mensagem:

"futebol sem bola, piu-piu sem frajola, sou eu, assim sem você..."


muito meigo, grazi, só podia vir de ti, que só me traz coisas boas... obrigada por tudo, sempre... pela acolhida, pela ajuda, pelo 'empurrãozinho', pelo estímulo, pelo carinho, e por tudo o que passamos juntas no escritório (a gente sabe que não foi pouca coisa...).


bom te ver bem, feliz e liiiiiiinda!! sem falar neste corte de cabelo que ficou tudo de bom!!


um beijo grande desta amiga que te quer sempre por perto, pois a tua energia boa se irradia como o sol, e me dá vontade de querer ser sempre melhor...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"a amizade é um amor que nunca morre" - mário quintana



eu, a mah, a déia, a gi e a júlia...
amigas que amo demais e quero ter sempre ao meu lado...
tá! as da foto não somos nós, mas foi o que me veio imediatamente à mente quando as encontrei na net...
infelizmente, por conta dos meus estudos, estou convivendo com elas (e com a minha família, e com outros amigos...) bem menos do que gostaria, mas sei que amigos de verdade se entendem, têm paciência, e torcem uns pelos outros...
espero que todas as pessoas que amo saibam disso, mesmo diante da minha ausência, mesmo que nem sempre eu consiga dizer com todas as letras... desejo que consigam captar o meu amor não só nas palavras, mas, principalmente, nas minhas ações, pois faço tudo o que estiver ao meu alcance para vê-las felizes...
obrigada por fazerem parte da minha vida... sei que sou uma pessoa bem melhor depois que as conheci...
agora pensei numa frase que resume bem o que é a amizade (se é que poderia usar a palavra resumir):
"um verdadeiro amigo é alguém que te conhece tal como és, compreende onde tens estado, acompanha-te em teus lucros e teus fracassos, celebra tuas alegrias, compartilha tua dor e jamais te julga por teus erros".
que Deus proteja e ilumine o caminho de todos os meus amigos - e que eles nunca esqueçam do quanto eu os amo e do quanto preciso deles sempre comigo...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

será?


será que Deus colocaria uma oportunidade em minhas mãos e depois a tiraria?

digo, será que me colocaria no lugar certo, com as pessoas certas, mas não exatamente na hora certa?

e se assim fosse, por que me daria a esperança de conseguir algo que tanto quero, que tanto necessito, para depois vê-la passar ao longe?

não, eu não acredito nisso... Ele sempre me provou, mesmo quando não quis acreditar, que está do meu lado, e quando chega a hora mais crítica, quando parece que o precipício está a um passo, aquilo que tanto pedi e precisava, acontece... simples assim... o universo conspira...

mas é Ele que faz o universo conspirar, eu sei - eu sinto...

e quero sempre continuar a acreditar, pois me faz viver melhor, me faz querer ser sempre melhor, para que nunca deixe de merecer...

obrigada, Senhor! mais do que te pedir, tenho tanto a agradecer...

nos falamos mais à noitinha, então...

repassarei contigo o meu dia, reforçarei os meus agradecimentos e também o meu pedido para que "aquilo" dê certo... também pedirei perdão pelas coisas que (tentei, mas) não pude fazer direito, como faço todas as noites...

ah! protege o pai e a mãe durante a viagem, ok?

espero poder voltar aqui pra contar que tudo, mais uma vez, deu certo...

pq hoje, mais do que nunca, to tentando acreditar que mereço...


com o meu carinho, maria.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

bom dia amiga gi!!!


hoje começou muito bem meu dia, com uma demonstração de carinho que me encantou...
veio de uma pessoa muito especial, uma ex-colega de escritório, que me deu apoio total quando decidi largar o emprego para estudar...
daqui a pouco falo mais sobre esta passagem - acho que vale o registro...

para ficar na memória:

Tudo a ver contigo, Maria!

"É muito melhor
Arriscar coisas grandiosas
Alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota
Do que formar fila com os pobres de espírito
Que nem gozam muito, nem sofrem muito,
Porque vivem em uma penumbra cinzenta
Que não conhecem vitória nem derrota".
Teodore Roosevelt

Beijos, saudades.


lindo, gi! fiquei emocionada, obrigada! enfeitou meu dia...
que bom saber que existem pessoas tão especiais como tu... terás o meu carinho eternamente...
tens aqui uma amiga.

domingo, 25 de janeiro de 2009

uma grata surpresa...


difícil mesmo é colocar em prática a teoria... como diz a minha mãe querida: -minha filha, na prática, a teoria é outra...

então é assim, vivo tentando praticar o exercício de não julgar as pessoas antes de conhecê-las e puft! aparece alguém completamente diferente do "convencional", que me faz confundir tudo o que acredito e pronto! já estou a julgá-la sem com ela ter trocado uma única palavra.

conheci a iolanda no cursinho preparatório que fiz para o último concurso. logo no primeiro dia, sentou-se ao meu lado puxando conversa, como se já nos conhecêssemos há tempos... pareceu-me de pouca idade e, pelo sotaque, via-se que não era natural deste estado. contou-me que era casada e já tinha um filho de um ano e meio, que não tinha se formado ainda, que morava em uma rua perigosa (onde naquela mesma semana tinham matado um menino para roubar-lhe os tênis), que gostava de ler, que não estava trabalhando e que o marido pagara-lhe o curso...

toda essa conversa se passou até o intervalo, quando uma vizinha aqui do prédio, a dani (que eu não conhecia muito bem - apenas trocávamos cumprimentos quando nos encontrávamos), veio falar comigo... confesso que senti um pouco de alívio, e isso por dois motivos: não precisaria puxar conversa com ninguém (já disse que isso é um problema pra mim, né?) e, de quebra, ainda me livrava da tagarela da iolanda...

estranhamente, a partir do segundo dia, a iolanda passou a não me cumprimentar... até hoje não sei se ela percebeu meu ar de indiferença e ficou chateada (com toda a razão), ou me confundiu com a dani (já que temos um biotipo meio parecido, ambas loiras de olhos verdes, do tipo mignon), pois sempre que a encontrava, cumprimentava-a sorridente, e perguntava do trabalho dela e outras coisas...

um dia, intrigada, a dani me comentou: -não entendo esta menina... sentei ao lado dela somente uma noite, mal conversamos, e ela sempre me pergunta do meu trabalho e da minha vida... meio doidinha ela neh?

confesso que concordei... ela era muito diferente da gente... não só pelo sotaque, mas pelo seu comportamento como um todo... era super espontânea, original, falava bem alto, não se importava muito com a aparência (por aqui isso não é muito comum), saía conversando com qualquer um como se fossem velhos amigos... mas, às vezes, era meio inconveniente... no meio da explicação do professor, ela fazia uma pergunta de cunho pessoal, ou contava uma passagem da sua vida, algo que tirava um pouco da concentração dos colegas e a minha também, e isso irritava um pouco...
nessa primeira turma, éramos mais ou menos 80 colegas, se não mais... havia quem amasse e quem odiasse a iolanda, mas todos a conheciam - ela não passava em branco... eu, pra ser bem sincera, estava mais pro lado do pessoal que não a suportava...

isso perdurou até que mudamos de módulo, e a turma ficou bem menor - não passávamos de 15 pessoas agora... a dani já não era mais minha colega, e eu estaria de novo sozinha, tendo de me aventurar em novos terrenos...

a par da importância de conhecermos pessoas e ter de interagir com elas, penso que experiências como essa nos fazem, principalmente, observar as pessoas... olhá-las como se estivéssemos em um filme, analisando-as e percebendo-as, de uma forma que não seria possível se estivéssemos entre elas.

e durante esse período, eu observei atentamente a iolanda, pois algo nela me despertava muita curiosidade...

como estávamos em número bem menor, ela pôde se expor mais, a ponto de se tornar sempre o centro das atenções... oferecia material de estudo, não tinha vergonha de falar das suas dificuldades, mostrava, orgulhosa, as fotos do filho (lindo, lindo), pedia carona, pois tinha de pegar dois ônibus para chegar em casa (e chegava quase meia-noite, depois de ter passado o dia fora), o marido trabalhava viajando, então, mal parava em casa... contava as histórias da sua vida e, mesmo que elas fossem um pouco tristes, sempre vinham carregadas de um sentimento positivo, uma esperança, algo como vitória só por estar ali, não sei explicar, e no final, sempre um pedido para que deus a ajudasse a superar as dificuldades, e que ela passasse no concurso para que pudesse se dedicar mais ao seu filhinho...

um dia, cheguei em casa com vontade de falar sobre ela com o meu marido, e perguntar o que ele achava de eu oferecer carona, já que morávamos relativamente perto, e eu ia de carro todos os dias para o cursinho...

o fábio, meu marido, é uma pessoa muito sentimental e extremamente sensível... as coisas que aprendi com ele levarei para o resto da minha vida, e sei que hoje sou uma pessoa muito melhor por causa dele... um dia escrevo mais sobre ele e a nossa linda história...

e, como não poderia deixar de ser, ele me deu todo o apoio, dizendo que, pelas coisas que eu falava, ela merecia, e que seria muito bom ajudar alguém que merece...

no dia seguinte, enquanto me dirigia para a aula, ia pensando e ensaiando o que eu diria para aquela menina com a qual mal falava, a quem um dia tinha negado atenção... será que me trataria com indiferença? será que negaria a minha oferta? estaria magoada? não ia achar estranho que, de uma hora pra outra, eu oferecesse carona se nunca, sequer, nos falávamos?

mil pensamentos rondavam a minha cabeça, e naquele primeiro dia, não achei a oportunidade de chegar até ela, talvez porque nunca estivesse sozinha... nem no segundo, nem no terceiro dia...

no quarto, pensei: oras! que covardia a minha! o máximo que vai acontecer, é ela me dizer que não quer... e até aí tudo bem, pois teria feito a minha parte...

quando saíamos para o intervalo, passei pelo grupo de colegas onde estava conversando e disse: -oi iolanda, vi que vc comentou outro dia que mora perto da minha casa, se quiser carona qualquer dia desses, é só me avisar...

nunca vou esquecer da reação dela... olhou-me com um olhar meigo, de gratidão, tocou no meu braço e me disse: -oh, maria, muito obrigada!! obrigada mesmo!! hoje não volto com você, pois o meu marido está na cidade e ele vem me buscar... mas quando ele não puder vir, eu aceito sim... obrigada!! muito obrigada mesmo!!

pronto! a minha parte eu tinha feito... apesar de ter ficado um pouco decepcionada, pois queria realmente que ela voltasse comigo, fiquei feliz por saber que o marido dela ia buscá-la, pois vi o quanto ela estava feliz com isso...

depois daquele dia, ela sempre me cumprimentava sorridente, puxava um assunto meio tímida (só comigo, não entendo), mas não voltava comigo... pedia carona sempre para uma outra colega... nos primeiros dias até pensei que, já que tinha desdenhado a minha carona, no dia em que a tal colega não fosse, ou não pudesse dar carona pra ela, eu ia dar qualquer desculpa, mas não ia levá-la... depois pensei que era bobagem, afinal, se ela se sentia mais à vontade com a outra, o que eu poderia fazer?

e esse dia chegou... o marido não estava para buscá-la, e a tal colega faltou aula... no intervalo, perguntou-me se poderia ir comigo, ao que respondi, sorridente: -claro! será um prazer...

e assim foi... falei, falei, falei; ela falou, falou, falou... aliás, ela deve ter se surpreendido com o quanto eu falei, pois estava acostumada a me ver sempre calada, cara sisuda, aquela coisa toda...

de qualquer modo, a coisa fluiu ao natural, e desde aquele primeiro dia, sempre voltamos juntas para casa, trocando idéias sobre estudo, família, projetos, sonhos, enfim, sobre a vida... parecíamos velhas amigas agora...

um dia antes da prova, tivemos uma aula de revisão que durou o dia inteiro... ela estava cansada, com fome, mas sempre com o seu olhar esperançoso e confiante, desejando a mim e aos colegas mais chegados que se saíssem bem na prova... nesse dia, eu disse para ela o que tinha dito para meu marido no dia anterior: que, nas minhas orações, tinha pedido pra Deus que eu, ele, a minha irmã, e ela passássemos no concurso - e era verdade, pedi de coração... ela ficou muito emocionada, e senti que tinha acreditado...

logo no dia seguinte à prova, bem cedo, o telefone tocou, e era a iolanda... um pouco desanimada, com medo de que tivesse ido mal, principalmente porque tinha muita dificuldade em português... falou-me de toda a expectativa da família, do marido que tinha pago o cursinho pra ela, que acreditava no seu esforço e na sua vitória... tentei confortá-la, dizendo que esperasse o resultado, para que tivesse fé, essas coisas...

nos dias que se seguiram, a iolanda me ligou praticamente todos os dias, sempre naquele horário... contou-me que ia falar com o seu ex-chefe, que agora era sócio em um curso preparatório para concursos, para ver se conseguia uma bolsa de estudos, pois não queria desistir de estudar... eu disse que ia torcer por ela, e que ia dar tudo certo... e torci de verdade...

o resultado do concurso saiu, tivemos um desempenho bem parecido, mas, logo depois, a prova foi anulada, devido a várias irregularidades...

veio o final do ano, fiquei fora um tempo, e não tinha mais falado com a iolanda... mas pensei nela algumas vezes, torcendo, do fundo do coração, para que ela conseguisse a bolsa que tanto queria, pois, como disse antes, ela merece de verdade...

ontem, grata surpresa, ela me ligou no meio da tarde: -oi maria!! -oi iolanda!! como vai? quanto tempo?? -vc me reconheceu, ainda lembra da minha voz, ela disse... -mas é claro! como ia esquecer?

-estou ligando, pois amanhã é meu aniversário, e queria que tu e o teu marido viessem aqui em casa comer um churrasquinho. vai ser bem intimista, só a família e vocês...

confesso que fiquei surpresa e honrada com o convite mas, infelizmente, tive que recusá-lo, pois já tínhamos outro compromisso... mas consegui dizer a ela que tinha ficado super feliz por ter lembrado de mim, e queria fazer algo aqui em casa com eles para retribuir o convite...

ela me confessou que, durante todo esse tempo que mora aqui, só convidou duas pessoas para irem na casa dela, eu e uma outra menina... que sabe que sou uma pessoa do bem, de coração bom, que não sou invejosa, e sente que pode me contar as coisas e dividir seus sonhos comigo... contou-me que conseguiu a bolsa de estudos que tanto queria, e me convidou para assistir a primeira semana de aulas com ela... disse também que, assim que surgir uma bolsa, ela vai me indicar, pois sabe que eu mereço...

nossa! eu tenho que admitir que adoro demontrações de carinho, mas elas ainda me constrangem um pouco... de qualquer forma, eu fiquei extremamente feliz por saber que desperto sentimentos bons nas pessoas, ainda mais quando se trata de alguém tão especial como a iolanda...

minha querida iolanda! hoje é teu aniversário, e eu quero deixar registrado (mesmo que vc não leia aqui, vou ligar para te dizer) os meus parabéns pelo teu aniversário, mas, principalmente, por vc ser esse ser humano único, tão rico de amor, de esperança, de pureza, de encanto, de generosidade... o mundo precisa de mais exemplos como o seu, que há de vencer na vida pelos seus próprios méritos, porque corre atrás, porque vence as dificuldades, porque vê o lado bom da vida, porque se doa, porque sabe se levantar depois de cada tombo...

fica aqui o carinho de uma pessoa que aprende a cada dia com vc, e um dia, quem sabe, perderá esta terrível mania de julgar os outros sem conhecer...

agradeço a Deus por ter te colocado no meu caminho, e peço que ele ilumine e guie os teus passos para esta vitória que é tão desejada e tão merecida - tão sua...

um beijo grande, do tamanho deste seu coração, que ensina a todos que com vc convivem, que o mundo pode ser melhor, e podemos ser sempre melhores para aqueles que merecem...

maria.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

mais uma da série: contradições


sempre fui chorona.
incrível, mas poucas pessoas o sabem - mesmo as mais próximas, talvez, nem suspeitem dessa minha característica.
por quê? porque, invariavelmente, sempre tentei esconder minha sensibilidade. não faz muito tempo que me dei conta de que ser sentimental é uma qualidade e, como tal, deve ser expressada.
mas eu tinha que ser sempre a forte, não?
não! não sei daonde eu tirei essa história... não sei como passei tanto tempo acreditando nessa bobagem...
e mesmo hoje, já tendo me dado conta disso, ainda me pego tentando afogar a lágrima que teima em nascer quando ouço alguma música que me toca. ou então quando lembro de alguma passagem que me marcou. quando penso em alguém querido que já se foi. quando penso e, às vezes, sinto medo do futuro...
ou quando vejo cenas que me deprimem: um cavalo magro e cansado puxando uma carroça com quilos e mais quilos de lixo, sem ter direito ao menos a um pouco de água e um descanso. pessoas revirando os lixos em buca de alimento. um cachorro sarnento, abandonado e com fome. crianças que deveriam estar só brincando e estudando, pedindo dinheiro no sinal, ou trabalhando pesado - como gente grande. pessoas idosas trabalhando sem parar - deveriam estar agora só descansando...
todas essas coisas me entristecem profundamente, e sempre que vejo tais cenas eu choro por dentro. choro por não entender por que o mundo tem de ser assim, mas, principalmente, porque agora não consigo fazer muito pelo mundo...
mas ainda no meio de todo esse cenário de injustiças e descrenças, houve uma cena que me comoveu pela sua simplicidade, mas, acima de tudo, pela sinceridade...
ontem, quando passeava com o meu cachorro (que, infelizmente, vive melhor do que muitas pessoas neste país), parei uns minutos para contemplar um menino que revirava o lixo seco da vizinhança e, já cansado, encostou-se em um poste para descansar. estava acompanhado de um lindo cachorro preto, que, ao que me pareceu, devia ter cruza com pastor alemão. eles trocavam carinhos, se abraçavam, sorriam, e se olhavam - e naquele olhar havia muito amor... amor e fidelidade... que muitas pessoas que têm bem mais do que aquele menino não conhecem, nem mesmo de ouvir falar...
era tão verdadeiro o jeito que o menino acariciava e beijava o seu companheiro e por ele era retribuído, que era como se não houvesse nada ao redor, e como se toda a sua miséria e todo o seu sofrimento não existissem, pois, naquele momento, só havia os dois - ele e o seu grande amigo.
e foi nesse instante, vendo aquela cena como num filme, que imaginei situações tristes pelas quais aquele menino poderia ter passado... pensei se teria família, se estaria estudando, se tinha uma casa, se passava fome... por outro lado, pensei também em como alguns momentos de alegria podem nos remeter a uma outra realidade quando nos permitimos estar lá - e isso é só para os que têm coração bom.
e pensando em tudo isso, naquele momento eu chorei. não por dentro. ali, bem no meio da calçada, pra quem quisesse ver. não liguei. me desliguei. me permiti. e de um modo que não sei explicar me conectei àqueles dois corações que, de tão unidos, conseguiram, mesmo que por alguns instantes, sair do seu próprio mundo e se presentear com uns poucos minutos de alegria, tocando profundamente também o meu coração.
e, mais uma vez, levantei as mãos para o céu e agradeci por tudo o que eu tenho... e o mais importante que Deus de me deu foi, sem dúvida, a sensibilidade para perceber como sou privilegiada por poder ver todas as coisas que me acontecem como dádivas, pois mesmo as experiências negativas são essenciais - elas são as que mais têm a nos ensinar.
maria: permita-te mais. liberta-te. não tenha medo de se abrir... as coisas vêm na exata proporção daquilo que deixamos fluir...

sábado, 10 de janeiro de 2009

cadê o foco que estava aqui?

não sei se por conta do início do ano, não sei se por causa de uma pressão interna (hoje maior), ou em razão das inúmeras expectativas que rondam os meus pensamentos... só sei dizer que até agora, décimo segundo dia do ano, voltei das férias (que eu mesma me concedi), e não consegui baixar a cabeça para estudar como gostaria e como me programei.
tá certo que assumi umas coisas que não deveria ter assumido, mas agora não tenho como voltar atrás...
aliás: para quem não é do mundo do direito, é bom saber:

- a partir do primeiro semestre, vc já é doutor para seus amigos e familiares e começa a dar "consultas", e o que é pior, de graça;

- assim que vc se forma, a família toda quer lhe passar os processos (milhares) que tem, o que, via de regra, é um perigo. uma pq eles te pagam pouco, quando pagam, pois acham que estão fazendo um grande favor, afinal, vc ganhará experiência... duas, porque, se vc ganha, não fez mais do que a sua obrigação. em compensação, se vc perde, dizem: só podia ser da família, santo de casa não faz milagres!
e vc tem duas opções: aceitar ou aceitar.

não adianta dizer que não quer advogar, que não sabe como fazer a ação, que vai direcionar a vida profissional para concursos, que se arrependeu de fazer esta faculdade, que odeia o direito, seja lá a desculpa que for... não cola...

para ser sincera, uma das coisas que me fez desistir de advogar foi justamente essa: a desvalorização da classe. desvalorização em termos de dinheiro, mas, principalmente, em termos de respeito.

na minha ótica, a questão do dinheiro está intimamente ligada ao fato de que as pessoas precisam do advogado para resolver seus problemas, mas no fundo, no fundo, sempre acham que poderiam fazer melhor. parece aquela história: de médico e advogado todo mundo tem um pouco...
hoje em dia é assim, no mundo moderno em que vivemos, de muita troca de informação em velocidade quase que imediata, as pessoas sabem de tudo um pouco e não têm vergonha de dar os seus palpites, por mais furados que sejam. então, quando consultam um advogado, no mais das vezes, elas já vêm com a resposta pronta - só querem uma confirmação. diante disso, pensam que o advogado seria tão-somente um instrumento imposto pela lei para atingirem o seu direito e, via de consequência, a retribuição pecuniária passa para um segundo plano de importância.

nesse sentido, entendo que o profissional é que deve se impor na hora de cobrar seu preço, coisa que, mesmo com horas de terapia, nunca consegui fazer... e como é próprio do ser humano, quanto maior é o preço que for pedido, maior será o grau de valorização do profissional.
o primeiro chefe que tive, o dr. thales, me disse uma vez: maria, nunca preste serviço de graça. cobre, ao menos, o que a pessoa possa pagar, pois todas as vezes em que não cobrei, e o cliente não obteve o que queria, colocou a culpa em mim, como dizendo: não deu porque foi de graça, se eu tivesse dinheiro, teria sido diferente... mesmo ele tendo trabalhado sem cobrar por ser uma pessoa muito boa de coração...
custei um pouco para acreditar nisso, até que o meu terapeuta me colocou a questão nestes termos: maria, se vc for contratar uma faxineira, ela vai te cobrar, certo? claro, disse eu. e se ela te cobrar um preço alto, o que virá à tua cabeça primeiro? que é uma boa profissional ou, no mínimo, que sabe "vender o seu peixe", respondi. então, disse ele, como pensa em não cobrar pelos teus serviços, ou mesmo cobrar pouco? vc não concorda que passou seis anos em uma faculdade estudando bastante, e que nunca ninguém lhe perguntou se precisava de dinheiro para pagar a mensalidade, comprar livros, etc? vc não concorda que a pessoa que está te contratando aposta no seu êxito propocionalmente ao preço que ela paga, assim como vc à faxineira?
perfeito. agora eu tinha entendido. mas e daí, se nunca consegui colocar isso em prática? tá certo que isso tem muito a ver com minha personalidade, de auto-estima meio baixa... de qualquer modo, sempre preferi saber que ia ganhar tanto por mês e me contentar, a ter que ficar estipulando o meu preço a toda hora.
quanto à questão do respeito, tem muito a ver com os maus profissionais que degradam a imagem da advocacia aqui no brasil. não que eles não existam em todas as outras, mas é que parece que fica muito mais evidente nesse meio. e como em qualquer círculo vicioso, quem não se respeita, não obtém respeito dos demais, tornando a nossa justiça desacreditada e perdida. quem sabe no dia em que eu estiver do outro lado do balcão as coisas não mudem? eu continuo tendo esperanças...
por enquanto, duas ações estão tirando o meu sono e, por causa delas, não consigo me concentrar nos estudos, e sei que vou sofrer as consequências disso.
peço a deus que me ilumine e me dê um pouco de concentração nesta hora, para que o meu estudo volte a fluir como antes, afinal, preciso realizar todos os desejos que fiz no começo deste ano, e olha que foram muitos...
agora vou brincar de pega-pega com meu foco para ver se o alcanço... quem sabe ele não volta a correr um pouco atrás de mim?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

para o meu amigo pedro

caro pedro,

este primeiro post de 2009 quero dedicar a vc, que no ano passado brindou-me com a sua (longínqua) presença neste espaço que, até então, acreditava que seria só meu...
e como não poderia deixar de ser, quero pedir um milhão de desculpas pela gafe cometida, desde já pedindo que vá se acostumando com esse meu jeito, pois sou muito distraída e já passei muitas vergonhas por isso...
desta vez, ocorreu que, como estava viajando, resolvi dar uma espiada rápida nos meus mails numa destas casas de computadores (tipo lan house), e tinha muito barulho em volta... quando entrei aqui e vi seu recado, quis logo responder, mas ao meu lado tinham umas crianças falando bastante, e um deles se chamava paulo... batata que escrevi paulo sem nem me dar conta... horrível, eu sei, mas peço desculpas mais uma vez e espero que não esteja chateado comigo...
ah! aproveito para responder às perguntas feitas no seu último comentário, agora com mais calma...
acabei escrevendo de maneira dúbia sobre o meu sonho de ser mãe, sem me dar conta de que parecia mesmo que eu estava grávida... mas, por enquanto, isso ainda não é realidade. até mudei esta parte do texto para que fique mais correto - o projeto é para daqui a uns dois ou três anos (antes preciso passar num concurso, rsrsrs)...
o meu cachorrinho se chama Bê, e é da raça yorkshire... é bem pequeno, pretinho (agora com a cabeça grisalha, pois fez sete anos no dia 30.12), e super temperamental (será que puxou a mãe?). sou muito apegada a ele e fico pra morrer quando ele fica doente... e só o fato de pensar que daqui a alguns anos não estará mais comigo me deixa muito triste - por isso prefiro nem pensar...
adoro todas as raças e quando morava em uma casa, no interior, tinha uma pastora chamada diana que nos acompanhou por doces 13 anos... fiel, companheira, protetora e amiga como nenhum outro que tive... quando chegávamos em casa ela sorria que nem gente, pode?
a passagem que mais me marcou e me emociona até hoje quando lembro, foi quando ela teve uma ninhada de 10 filhotes, nascidos prematuramente e, por isso, infelizmente, nenhum deles sobreviveu... nós morávamos em uma casa ao lado de um terreno baldio enorme, e o meu pai resolveu fazer vários buracos e enterrar cada filhotinho em um deles, todos bem longe uns dos outros. mas o instinto materno da dianinha falou mais alto e ela cavou um grande buraco, desenterrou cada um dos filhos e enterrou todos juntos - como se quisesse mante-los bem assim como vieram ao mundo... eu tinha mais ou menos uns sete anos de idade, mas aquelas imagens nunca saíram da minha cabeça... impressionante como aprendo com os animais.
enfim, ainda sonho em morar numa casa bem grande, onde possa ter vários bichos de todos os tipos e tamanhos, quem sabe adotar alguns da rua, quem sabe...
tenho vários projetos de vida... como te falei, além de querer adotar bichos de rua, também quero me dedicar aos seres humanos... quero ter tempo (e dinheiro) para adotar instituições e levar um pouco de amor e carinho para essas pessoas que precisam tanto de atenção. penso em crianças e idosos primeiramente. quando estiver em um estágio espiritual mais evoluído, penso também nas pessoas doentes...
e fico muito feliz por saber que vc e seus amigos tem se dedicado também a outras pessoas... verdade é que o bem que fazemos aos outros retorna para nós mesmos em proporções inimagináveis... parabéns para vocês!!!
mas eu estava aqui a pensar que coisa louca essa vida... graças à magia da internet, de uma hora para outra estou em contato com alguém que vive a uma distância quilométrica, e com a qual mantenho diversas afinidades... e olha que, como já cansei de dizer, eu realmente não esperava que alguém fosse ler o que escrevo... mas fico feliz por ser uma pessoa tão legal como vc! e de um país que, apesar de ainda não conhecer, me desperta só coisas boas.
obrigada pela companhia, e vou tentar escrever mais seguido agora que estou de volta à rotina normal. contarei como foi o natal e a passagem do ano em detalhes, rsrsrs...
tim tim! um excelente 2009, cheio realizações e sucessos!!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

sentimentos de final de ano...

estou feliz... nesta época do ano afloram diversos sentimentos em mim, mas hoje estou feliz...
hoje predomina a esperança de que o ano que daqui a pouco se inicia seja repleto de realizações e conquistas.
mas não tem muito a ver com aquele desejo meio bobo que às vezes temos, de que tenhamos uma vida perfeita a partir da meia-noite do dia 1º de janeiro.
não.
também não tem a ver com sonhar só com aquilo que não se tem, esquecendo de todas as coisas boas que se somaram no ano que termina... pelo contrário.
e por falar nisso, quando era adolescente li um livro que se chamava "Pollyanna", e gosto de falar sobre ele, pois me mostrou um estilo de vida que decidi adotar desde então. fala sobre uma menina pobre que, ao ficar órfã, vai morar com uma tia rica que até então não conhecia - uma mulher severa e pouco afetuosa. em suas novas relações, procura ensinar um jogo que aprendera com seu pai (chamado "jogo do contente"), quando esperava ganhar uma boneca, e veio a ganhar um par de muletas. na oportunidade, o pai lhe disse que tudo o que gostaria de ter, poderia ser conquistado, e que ambos deveriam ficar felizes, pois não precisavam daquelas moletas...
aos poucos, pollyanna foi conquistando a todos com o seu comportamento sempre perseverante, fazendo-os ver que todos os acontecimentos da vida deveriam ser vistos somente sob uma perspectiva positiva.
quando já estavam todos contagiados com o seu otimismo, ela sofre um acidente de carro que lhe faz perder os movimentos das pernas e, quando fica sabendo que não mais poderia voltar a andar, fica extremamente prostrada e nada mais a faz ficar contente. diante disso, todos aqueles que haviam sido tocados pelo seu "jogo", tentam ajudá-la a ver o lado bom daquela situação. como não poderia deixar de ser, ela se rende à sua própria filosofia de vida, e passa a pensar que ainda assim devia ficar contente, pois ainda tinha pernas...

confesso que, quando isso acontece, a vontade que dá é de parar de ler o livro... afinal, por que raios uma pessoa já tão sofrida e, ao mesmo tempo, tão positiva, merecia passar por mais essa? onde é que a autora estava com a cabeça, pensava eu?
mas não consegui resistir à leitura das páginas seguintes - curiosa como só eu...
e foi ótimo... pois cheguei ao final do livro concluindo que sim, vale a pena pensarmos positivo e vermos o lado bom de cada coisa que nos acontece... hoje tenho certeza de que os nossos pensamentos se projetam no mundo exterior, e é importante que pensemos coisas boas... e acredito que na vida real o desfecho poderia ser idêntico ao de pollyanna, em função da sua atitude - sim, ela voltou a andar...
e por isso costumo dizer que tenho uma visão meio "pollyanna" da vida... tá certo que sou braba, esquentada, meio briguenta, às vezes... mas sempre fui daquele tipo que vê um lado bom em tudo, sempre tentei diminuir o tamanho dos meus problemas... e olha que não é uma tarefa das mais fáceis...
nunca fui de fazer "tempestade em copo d'água".
mas voltemos aos desejos de final de ano...
hoje queria que o processo da aposentadoria da minha mãe saísse de uma vez, para que ela tenha de volta o seu próprio dinheiro, como o teve durante toda a vida;
hoje queria que o meu pai não tivesse tido o avc que teve no ano passado, e que o deixou com a cabeça confusa, uma pessoa difícil de lidar, pois se comporta como criança... hoje mesmo nos pregou um susto que quase nos mata do coração...
hoje queria que a mãe não precisasse lidar com esse fardo nessa altura da vida dela. gostaria que eles estivessem viajando, se divertindo, namorando, lendo - uma velhice tranqüila...

hoje gostaria que a minha irmã mais velha não tivesse escolhido uma pessoa tão difícil como companheiro, que não estivessem passando por dificuldades financeiras, e que ela fosse mais valorizada, pois ela tem muito valor!

hoje gostaria que a minha irmã mais nova e o meu cunhado já estivessem morando no seu apartamentinho novo, todo mobiliado, e que ambos estivessem estáveis em seus empregos e ganhando muito bem... mas sei que logo, logo esse dia chegará, pois se tem alguém em quem acredito, é nesses dois...

hoje gostaria que eu e meu marido já tivéssemos passado num concurso, mas sei que estamos no caminho certo, ainda que penoso...
hoje queria que toda a família (primos, tios, etc.) fosse mais unida e um pouco mais aberta também... às vezes parece que ficam uns esperando pelo telefonema dos outros, e a coisa não acontece... daqui a pouco a vida passa, e nos damos conta que convivemos tão pouco...

hoje queria conviver mais com algumas amigas, que tanto bem me fizeram, e talvez nem saibam o quanto as quero bem...

hoje queria poder ajudar mais instituições de caridade, mas essa é uma das minhas promessas para assim que passar num concurso: escolher algumas entidades sérias para contribuir mensalmente, e não só com dinheiro, mas, principalmente com afeto e um pouco de atenção para estas pessoas que o mundo tratou de abandonar...

hoje queria que o meu cachorro vivesse pra sempre... ele e todas as pessoas que amo, claro... é que pensei nele agora porque me dei conta de que está ficando velhinho... que triste!

então é isso, a par de todas as coisas que eu desejo, e as desejo sinceramente, sou muito feliz com tudo aquilo que tenho... e olha que tenho muito mesmo...
tenho saúde, inteligência, considero-me sensível, tenho uma família maravilhosa, um marido que me ama e me enche de orgulho, um cachorrinho muito fofo, amigos com quem posso contar.
além disso, cada dia acredito mais em mim, daqui a uns dois ou três anos pretendo ser mãe (um grande sonho), e agora estou conseguindo até me abrir! quando é que eu ia imaginar estar por aqui, de certa forma, me expondo? será que posso chamar isso de progresso?
não sei... só sei que estou me expressando mais e, assim, estou me conhecendo melhor...
espero que me ajude a crescer como pessoa e me torne cada vez melhor.
afinal, cada ano que se inicia traz consigo este ar de coisas boas e novas, que nos faz jogar fora aquelas velhas e ruins, para abrir espaço...
e não serei eu a não ter esperança de que tudo seja melhor...
sem desvalorizar aquilo que tenho, mas sempre na busca do melhor... de mim e dos outros...

sábado, 20 de dezembro de 2008

maria by amélie poulain - I

não gosta:

- pessoas que não sabem dirigir;
- ser olhada dos pés à cabeça;
- improvisar;
- sentir frio;
- areia;
- agir sob pressão;
- puxar conversa;
- esperar para comer;
- ser o centro das atenções;
- shopping centers;
- bagunça;
- escolher frutas;
- pessoas que tentam me passar para trás;
- ser pega de surpresa;
- homens que mexem com mulheres;
- multidões;
- música sertaneja;
- gente que fala sem olhar nos olhos;
- talheres de madeira;
- guarda-roupas aberto;
- cozinhar;
- gente que não aperta firme a mão;
- azeitona;
- pessoas com instabilidade de humor;
- mandar;
- tecidos sintéticos;
- novelas;
- amigo-secreto;
- cigarro;
- calcinha apertada;
- mar gelado;
- rituais;
- disfarçar sentimentos;
- palavrões;
- assobio;
- falar em público;
- espinhas;
- almoçar sozinha;
- mediocridade;
- (super) exposição.

gosta:

- mate;
- samba velho;
- cachorros, gatos e cavalos (animais em geral);
- tomar banho;
- trilhas sonoras;
- manga;
- estar entre amigos;
- cinema europeu;
- sorvete derretido;
- vento;
- beijos;
- dormir;
- lingerie de algodão;
- sol no inverno;
- comida morna;
- ler;
- unhas vermelhas;
- viajar;
- pôr-do-sol;
- dirigir;
- parque de diversões;
- escutar histórias;
- fazer planos;
- ficar em casa;
- reformar as roupas;
- olhar sincero;
- sombra no verão;
- escuro;
- cantar no banheiro;
- fotos P&B;
- ouvir mil vezes a mesma música;
- emprestar as coisas;
- fotos espontâneas;
- cortar os cabelos;
- pés na grama;
- fruta do pé;
- descobrir novos (bons) cantores;
- comprar pela internet;
- tirar o lixo de casa;
- fotografar.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

coisas pequenas... será?

estou sem sono.
acabo de voltar da confraternização de final de ano com a minha turma de amigas, e devo dizer que estava bem legal... esse encontro já virou tradição, e é algo que realmente me deixa feliz.
estar entre pessoas que considero amigas me deixa realmente satisfeita.
aliás, mesmo que traga certas coisas ruins, prefiro um milhão de vezes a intimidade do que a falta dela.
conhecer pessoas ainda é um problema para mim.
de qualquer modo, este não será o assunto abordado hoje, pois antes devo me preparar para ele... afinal, consome tantas horas do meu pensamento, que também deverá consumir um pouco deste espaço...
hoje quero falar de algo que tem a ver com isso, mas se encontra na fase posterior ao encontro inicial - quando (penso que) conheço as pessoas de verdade...
sempre fui muito idealista... no sentido de realmente achar que as coisas e, principalmente as pessoas, deveriam ser do jeito que eu achava que deveriam - e sempre me frustrei com isso, é claro.
só nesta semana, por exemplo, me frustrei com três pessoas. céus! será que tomo jeito?
queria não ligar, às vezes digo para os outros que não estou nem aí, mas queria de verdade que não me abalasse, que não me somasse nenhuma daquelas ruguinhas de preocupação... mas sabe naquela hora que os pensamentos estão vindo à tona, tipo antes de dormir (aliás, não consigo dormir sem repassar tudo o que me aconteceu no dia), pois é nessa hora que não consigo mentir pra mim mesma - apesar de sempre tentar...
não bastasse isso, dificilmente depois que algo assim acontece, consigo voltar às boas com a pessoa.
batata! nunca será a mesma coisa. como se a minha cabeça fosse um computador, aperto na tecla delete e puft! e o que é pior: clicando no shift (nem na lixeira ela vai parar).
nunca esqueço de uma frase de uma amiga minha, com a qual rompi relaçãoes em circunstâncias, digamos, peculiares (objeto de outro post), ao reatarmos nossa "amizade": - maria, amizade é como cristal, depois de quebrada, mesmo se tentarmos colar, nunca será a mesma coisa...".
confesso que, no auge da minha pré-adolescência, não dei muita bola para aquela conversa, mas o tempo foi passando, e cada meia-palavra, cada ignorada, cada estupidez, me remetia àquelas palavras, que hoje sei, não poderiam ser mais sábias...
então é assim, deleto a pessoa, e depois tenho que conviver com ela sem saber disfarçar... sim, porque se tem uma coisa que eu não consigo, é disfarçar... quem me conhece costuma dizer que sou a pessoa mais autêntica que já conheceu. denominam-me "transparente". não sei até onde isso é bom ou ruim, pois isso já fortaleceu grandes amizades, mas também me colocou em situações de muito embaraço.
mas já que cheguei até aqui, vou falar o que, afinal, fizeram estas tais pessoas para me deixar tão irritada, até para tentar convencer a mim mesma de que eu estou errada, e não tenho nada que ficar julgando ninguém.
a primeira, uma guria que veio a este mundo, na minha ótica, sem saber bem o porquê. explico: é vazia de alma e espírito, egoísta, egocêntrica, burra, materialista ao extremo e dura de falsa... mentirosa mesmo!!
como eu a conheci? circunstâncias da vida me obrigaram a com ela conviver... sim, porque, como costumo dizer, a família ganhamos de presente, mas amizades, graças ao meu bom deus, nós podemos escolher... e esta, decididamente, não seria uma das minhas escolhas... aliás, devo dizer que, em razão das suas inúmeras "qualidades", ela não tem amigas...
então, tentarei falar em breves palavras tudo o que tiver que falar sobre ela, pois não pretendo que ocupe mais uma vez este espaço - é muito medíocre para que eu perca meu precioso tempo com ela...
é namorada de um dos amigos do meu marido e sempre tenta manipular a todos com seus joguinhos dengosos. claro que não engana a ninguém com o mínimo de inteligência, pois o pior burro é aquele que tenta se fazer de inteligente - facílimo de desmarcarar.
como ainda não mora com o namorado, vira-e-mexe se oferece para fazer coisas aqui em casa. até aí, tudo bem. gosto quando as pessoas se sentem tão à vontade comigo, a ponto de se oferecerem para ir na minha casa, o problema é "quem é a pessoa". nesse caso, as restrições que tenho para com ela, já estão a ponto de me impedir de ver qualquer lado bom que possa vir a existir naquela mente.
é bem verdade que quando gosto de uma pessoa tendo a ver só o seu lado bom. acredito que faça tudo com boa intenção e sempre quero a presença dela por perto. mesmo se for feia, é linda para mim. em compensação, o contrário é verdadeiríssimo!!!!!!!
dessa vez (e não é a primeira), inventou que queria fazer a confraternização de final de ano aqui em casa e iria organizar tudo, inclusive o (maldito) amigo-secreto. ok! afinal, até a semana passada estava atucanadíssima por conta do meu concurso que foi no final de semana passado e eu dei graças a deus de alguém se oferecer. só que falei com uns amigos, e nem todos gostam dessa história de amigo-secreto. aliás, nem eu! ainda mais nesta época do ano, que temos várias coisas pra pagar, vários presentes para dar, e eu, ainda por cima, sem dinheiro por estar só estudando... daí mandei um mail, dizendo pra ela que o pessoal não estava querendo muito o amigo secreto, mas a confraternização estava de pé, e poderia ser aqui em casa. esperei quase uma semana. educada como só ela, nem me respondeu... bom, pensei, eu mesma vou organizar... mandei um mail convidando a todos, e os únicos que não responderam foram os dois. em conversa pelo telefone, o amigo falou para o meu marido que iam para a praia e, por isso, não viriam na confraternização. até aí tudo bem. só que a justificativa foi pra matar: - é que a fulana disse que a maria não ia fazer nada, e depois resolveu fazer... daí já tínhamos nos programado...
como assim, nada?? eu falei que não queríamos o tal amigo-secreto! e ela sequer se deu ao trabalho de me responder... diante disso, é claro que me agilizei pra fazer tudo por mim mesma, ou queria que eu ficasse esperando pela boa-vontade da beldade? baita mentirosa... odeio gente mentirosa com todas as minhas forças!!!!!
mas não sei por que ainda esperava alguma coisa de bom dessa figura...

outra coisa que me deixou chateada foi uma guria que, mesmo não podendo chamar de amiga com "a" maiúsculo, guardo por ela certo carinho e admiração... pois neste nosso encontro de final de ano, ela não esteve presente pela primeira vez. isso porque, quando dos preparativos para o encontro por mail, ela deu a sugestão de que fosse na casa dela, pois foi morar há pouco com o namorado. ok, sem problemas, poderia ter sido lá, mas todas nós preferíamos que fosse em um barzinho, afinal, na cidade existem diversos barzinhos legais e, vamos combinar: fazer encontro de amigas em salão de festa é coisa de idosa!
ela não pensava assim...
ficou ofendidíssima, e mentiu que não poderia ir, pois faria uma janta bem no dia com a família. daí uma outra amiga escreveu: - mas como, se tu tinha me confirmado que iria ontem mesmo? e ela, num acesso que rancor, escreveu: - é que preferia que fosse na minha casa mesmo, mas já que vocês não quiseram, fica para a próxima... fala sério!
à noite, todas chegamos à mesma conclusão: o novo namorado que está cortando suas asinhas... mas o que é imperdoável: ela está deixando...
e por fim, mas não menos importante, a minha maior decepção da semana... desta vez com alguém que teimava em considerar uma amiga...
bom, ela sempre foi legal comigo e, talvez por ser um pouco mais velha, sempre me deu bons conselhos... era do tipo agregadora, quase sempre tomando a iniciativa dos nossos encontros e sempre procurava ligar para saber como estávamos... foi a primeira da nossa turma a ser mãe, e se revelou muito boa neste papel.
quando a conheci, era apenas uma advogada que ganhava uma merreca por mês e feia como um raio, além de super brega ao se vestir... sempre nos pareceu um pouco frustrada com o lance de grana, mas isso veio à tona mesmo, quando conseguiu um cargo que paga muito bem... a partir daí, foi se transformando em outra pessoa... ou melhor, apenas revelando a sua essência escondida atrás de calçados baratos e bolsas de imitação...
e por falar em imitação, começou a se vestir igualzinha a uma grande amiga nossa, de um jeito tão escancarado que foi ficando vergonhoso - até os homens da turma estavam percebendo... num ato totalmente espontâneo, mas também indignado, a amiga que estava sendo imitada mandou um mail para a outra, pedindo que parasse com aquilo, pois a estava irritando profundamente.
eu pensei cá comigo: acabou a amizade! nunca mais vão se falar! fosse eu, abriria um buraco e me enterrava... qual não foi minha surpresa, ao ver a reação totalmente inversa da que eu teria... como se fosse uma criança tomando um xingão da mãe, baixou a cabeça, começou a chorar e pediu um milhão de desculpas... disse que não se deu conta de que a estava imitando, que apenas gostava de seu estilo, e agora que, finalmente tinha dinheiro, podia comprar as coisas que gostava, e que não queria perder aquela amizade por nada no mundo. prometeu mudar...
e a coisa se seguiu assim, ao natural... o tempo foi passando, e parecia que as coisas tinham voltado ao normal... em termos, porque aquela atitute meio infantil ficou martelando na cabeça de todas nós... além do que, ainda hoje ela faz umas coisinhas para imitar a outra meio que "sem se dar conta"...
voltemos a mim...
esta grande amiga (a imitada) foi se tornando muito próxima a mim, muito em função de termos ficado solteiras em um mesmo período (eu, solteira em termos, pois meu coração estava preenchido), e esta outra sempre teve muito ciúmes do nosso relacionamento, pois considerava que ela fosse mais amiga e não eu... besteiras de mulher... e não, não é mais um dos meus ataques de perseguição - ela nunca conseguiu disfarçar seu ciúmes...
para se ter uma idéia, cada vez que me procurava, me dava oi, perguntava como eu estava (às vezes), e logo me me perguntava: tem notícias da fulana? e eu sempre respondendo a verdade. se tinha notícias, dizia. se não tinha, dizia também. e sempre quando falava com a minha amiga, comentava que a outra tinha perguntado dela, e do tipo: vê se dá uma ligada pra ela... além das ligações, começou a mandar mails, o último dizia assim: - oi, maria, sabe quando a fulana volta de viagem? só!!!! nem perguntou se estava tudo bem comigo... hoje penso se não devia ter mandado à merda! mas me controlei - apenas não respondi...
só que aquilo foi me deixando p. da vida, pois ficava me perguntando: se ela quer notícias, por que não liga diretamente pra ela? fui ficando irritada e, ao mesmo tempo, frustrada, pois parecia que só me procurava para saber da outra.
a par disso, estava cada vez mais exibida e deslumbrada com o dinheiro, e se tornando mais fútil a cada conversa, o que, somado à minha irritação inicial, me fez começar a ignorá-la.
a isso se seguiu um chá-da-tarde na casa de uma outra grande amiga minha... naquele final de semana, o meu marido estava fazendo um concurso fora e eu estava recebendo outra amiga que mora em florianópolis. quando fui convidada, expliquei que estaria com essa amiga, e que estava sem carro, ao que me respondeu a amiga dona da casa, sempre muito gentil: - sem problema nenhum. traz tua amiga que será um prazer conhecê-la, e posso passar na tua casa para pegar vocês, e depois as deixo em casa. aliás, essa amiga é um exemplo pra mim, e já aprendi muitas coisas com ela. já, já escreverei mais sobre ela.
e assim foi feito. passamos horas agradáveis juntas e, na hora de ir embora, a amiga objeto da decepção me ofereceu carona. na hora aceitei, pois a outra precisaria sair da casa dela para nos levar, sendo que mora num sítio bem afastado da cidade. ocorre que, diferentemente do que tinha prometido, ela deixou a mim e à minha amiga no meio do caminho, sob o argumento de que tinha que pegar a filha para dar banho. brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!!!!
fiquei passada!!!!! minha amiga concordou que era um absurdo... não tinha levado dinheiro para táxi, o meu pai não estava em casa, então tive que chamar meu cunhado para nos pegar!!!!
tá, passou... passou o aniversário dela e eu esqueci, isso sim! esqueci completamente, pois estou numa fase que, se não coloco avisos no meu celular, não me lembro de nada...
aliás, fora aquela minha amiga mais atenciosa, ninguém lembrou... por óbvio, ela ficou mordida. mas a reação mais forte, claro, sobrou pra mim.
para fechar com chave de ouro, ela foi a única, a única pessoa que não me deu apoio quando decidi largar o meu emprego para ficar estudando pra concurso. e digo pessoa, porque até mesmo quem nem era meu amigo, ou tinha tanta intimidade quanto ela, me deu mais apoio. e confesso que, mesmo em meio a toda a situação, eu me decepcionei.
ela só ficava falando do quanto as colegas estavam estudando, há quanto tempo, como era bastante matéria, e outras coisas que só me deixaram pra baixo...
nessa altura do campeonato, eu já nem conseguia mais olhar pra ela...
daí que ela não se aguentou e me mandou um mail, perguntando se estava acontecendo alguma coisa, e no final disse: - não consigo imaginar o que possa ter feito para ter te deixado chateada...
quando li aquilo, juro que pensei: é agora que vou dizer tudo o que eu penso dela, ferre-se! não quero nem saber... depois, argumentei comigo mesma que deveria tentar uma estratégia diferente e dizer que não era nada, que estava só atucanada por causa dos estudos e andava muito sem tempo... seria uma experência nova: não dizer o que penso, e tentar fingir que tudo estava bem.
depois, em conversa com a minha amiga (aquela dona da casa), ela me aconselhou a falar, de uma maneira serena, mas dizendo tudo o que eu estava sentindo, até para que ela se desse conta do que estava fazendo, pois, no seu entender, ela não se dava conta...
foi o que fiz: mesmo achando que não seria a mesma coisa comigo (em relação a pedir desculpas, chorar e tal), respondi ao mail dizendo havia, sim, algumas coisas que estavam me chateando, mas que preferia falar pessoalmente ou por telefone, e que ligaria pra ela no final de semana. isso era na terça-feira. ela me respondeu dizendo que estava curiosa, mas aguardaria o meu contato no dia prometido. não aguardou - no final da tarde me ligou. aproveitei para dizer tudo o que queria, e querendo, sinceramente, ouvir o que ela tinha para me dizer, afinal, toda história tem dois lados (mesmo que eu ache que só o meu seja o certo).
ela me deu argumentos pífios. disse que não era a sua intenção de me ligar só pra saber da outra amiga, que fazia isso só porque sabia que eu tinha mais contato com ela, e poderia saber de alguma novidade. disse que me deixou no meio do caminho naquele dia, porque sentiu que eu estava diferente (então se não era pra fazer justamente o contrário?), e que ficou muito magoada porque eu não tinha ligado no aniversário dela, e não tinha desejado boa-viagem (naquela semana do encontro ela estava indo para a europa)... por fim, disse que eu nem tinha contado para ela o lance do emprego, e que só tinha ficado sabendo pelo meu marido, que era seu colega de curso. ok, eu disse, é que tomei a decisão na semana passada, naquele dia mesmo que ele te contou, e até então não tinha falado contigo. achei absurda a desculpa de qualquer modo, uma vez que, mesmo que eu não tivesse contado, ela não precisava falar aquelas coisas sobre as colegas só pra me deixar pra baixo... no fundo, acho que ela morre de medo que eu passe num concurso antes dela...
mas juro que tentei fazer com que as coisas voltassem ao normal, só que a gota d'água, foi quando ela, por duas oportunidades, enquanto trocávamos mails sobre o nosso encontro de final de ano, ignorou totalmente o que eu disse sobre o concurso e, mesmo desejando boa viagem a ela, que iria naquela semana ver o show da madonna, ela sequer me desejou boa-sorte no concurso...
bom, a única coisa que tenho a dizer é que, mesmo sendo besteira, é importante para mim, e a tecla delete está 99% pressionada. será que já aperto o shift?

viu? eu disse que era tudo bobagem... não sei por que me apego a coisas tão pequenas...