eu, eu mesma e maria

e agora quem mais quiser...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

bom dia amiga gi!!!


hoje começou muito bem meu dia, com uma demonstração de carinho que me encantou...
veio de uma pessoa muito especial, uma ex-colega de escritório, que me deu apoio total quando decidi largar o emprego para estudar...
daqui a pouco falo mais sobre esta passagem - acho que vale o registro...

para ficar na memória:

Tudo a ver contigo, Maria!

"É muito melhor
Arriscar coisas grandiosas
Alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota
Do que formar fila com os pobres de espírito
Que nem gozam muito, nem sofrem muito,
Porque vivem em uma penumbra cinzenta
Que não conhecem vitória nem derrota".
Teodore Roosevelt

Beijos, saudades.


lindo, gi! fiquei emocionada, obrigada! enfeitou meu dia...
que bom saber que existem pessoas tão especiais como tu... terás o meu carinho eternamente...
tens aqui uma amiga.

domingo, 25 de janeiro de 2009

uma grata surpresa...


difícil mesmo é colocar em prática a teoria... como diz a minha mãe querida: -minha filha, na prática, a teoria é outra...

então é assim, vivo tentando praticar o exercício de não julgar as pessoas antes de conhecê-las e puft! aparece alguém completamente diferente do "convencional", que me faz confundir tudo o que acredito e pronto! já estou a julgá-la sem com ela ter trocado uma única palavra.

conheci a iolanda no cursinho preparatório que fiz para o último concurso. logo no primeiro dia, sentou-se ao meu lado puxando conversa, como se já nos conhecêssemos há tempos... pareceu-me de pouca idade e, pelo sotaque, via-se que não era natural deste estado. contou-me que era casada e já tinha um filho de um ano e meio, que não tinha se formado ainda, que morava em uma rua perigosa (onde naquela mesma semana tinham matado um menino para roubar-lhe os tênis), que gostava de ler, que não estava trabalhando e que o marido pagara-lhe o curso...

toda essa conversa se passou até o intervalo, quando uma vizinha aqui do prédio, a dani (que eu não conhecia muito bem - apenas trocávamos cumprimentos quando nos encontrávamos), veio falar comigo... confesso que senti um pouco de alívio, e isso por dois motivos: não precisaria puxar conversa com ninguém (já disse que isso é um problema pra mim, né?) e, de quebra, ainda me livrava da tagarela da iolanda...

estranhamente, a partir do segundo dia, a iolanda passou a não me cumprimentar... até hoje não sei se ela percebeu meu ar de indiferença e ficou chateada (com toda a razão), ou me confundiu com a dani (já que temos um biotipo meio parecido, ambas loiras de olhos verdes, do tipo mignon), pois sempre que a encontrava, cumprimentava-a sorridente, e perguntava do trabalho dela e outras coisas...

um dia, intrigada, a dani me comentou: -não entendo esta menina... sentei ao lado dela somente uma noite, mal conversamos, e ela sempre me pergunta do meu trabalho e da minha vida... meio doidinha ela neh?

confesso que concordei... ela era muito diferente da gente... não só pelo sotaque, mas pelo seu comportamento como um todo... era super espontânea, original, falava bem alto, não se importava muito com a aparência (por aqui isso não é muito comum), saía conversando com qualquer um como se fossem velhos amigos... mas, às vezes, era meio inconveniente... no meio da explicação do professor, ela fazia uma pergunta de cunho pessoal, ou contava uma passagem da sua vida, algo que tirava um pouco da concentração dos colegas e a minha também, e isso irritava um pouco...
nessa primeira turma, éramos mais ou menos 80 colegas, se não mais... havia quem amasse e quem odiasse a iolanda, mas todos a conheciam - ela não passava em branco... eu, pra ser bem sincera, estava mais pro lado do pessoal que não a suportava...

isso perdurou até que mudamos de módulo, e a turma ficou bem menor - não passávamos de 15 pessoas agora... a dani já não era mais minha colega, e eu estaria de novo sozinha, tendo de me aventurar em novos terrenos...

a par da importância de conhecermos pessoas e ter de interagir com elas, penso que experiências como essa nos fazem, principalmente, observar as pessoas... olhá-las como se estivéssemos em um filme, analisando-as e percebendo-as, de uma forma que não seria possível se estivéssemos entre elas.

e durante esse período, eu observei atentamente a iolanda, pois algo nela me despertava muita curiosidade...

como estávamos em número bem menor, ela pôde se expor mais, a ponto de se tornar sempre o centro das atenções... oferecia material de estudo, não tinha vergonha de falar das suas dificuldades, mostrava, orgulhosa, as fotos do filho (lindo, lindo), pedia carona, pois tinha de pegar dois ônibus para chegar em casa (e chegava quase meia-noite, depois de ter passado o dia fora), o marido trabalhava viajando, então, mal parava em casa... contava as histórias da sua vida e, mesmo que elas fossem um pouco tristes, sempre vinham carregadas de um sentimento positivo, uma esperança, algo como vitória só por estar ali, não sei explicar, e no final, sempre um pedido para que deus a ajudasse a superar as dificuldades, e que ela passasse no concurso para que pudesse se dedicar mais ao seu filhinho...

um dia, cheguei em casa com vontade de falar sobre ela com o meu marido, e perguntar o que ele achava de eu oferecer carona, já que morávamos relativamente perto, e eu ia de carro todos os dias para o cursinho...

o fábio, meu marido, é uma pessoa muito sentimental e extremamente sensível... as coisas que aprendi com ele levarei para o resto da minha vida, e sei que hoje sou uma pessoa muito melhor por causa dele... um dia escrevo mais sobre ele e a nossa linda história...

e, como não poderia deixar de ser, ele me deu todo o apoio, dizendo que, pelas coisas que eu falava, ela merecia, e que seria muito bom ajudar alguém que merece...

no dia seguinte, enquanto me dirigia para a aula, ia pensando e ensaiando o que eu diria para aquela menina com a qual mal falava, a quem um dia tinha negado atenção... será que me trataria com indiferença? será que negaria a minha oferta? estaria magoada? não ia achar estranho que, de uma hora pra outra, eu oferecesse carona se nunca, sequer, nos falávamos?

mil pensamentos rondavam a minha cabeça, e naquele primeiro dia, não achei a oportunidade de chegar até ela, talvez porque nunca estivesse sozinha... nem no segundo, nem no terceiro dia...

no quarto, pensei: oras! que covardia a minha! o máximo que vai acontecer, é ela me dizer que não quer... e até aí tudo bem, pois teria feito a minha parte...

quando saíamos para o intervalo, passei pelo grupo de colegas onde estava conversando e disse: -oi iolanda, vi que vc comentou outro dia que mora perto da minha casa, se quiser carona qualquer dia desses, é só me avisar...

nunca vou esquecer da reação dela... olhou-me com um olhar meigo, de gratidão, tocou no meu braço e me disse: -oh, maria, muito obrigada!! obrigada mesmo!! hoje não volto com você, pois o meu marido está na cidade e ele vem me buscar... mas quando ele não puder vir, eu aceito sim... obrigada!! muito obrigada mesmo!!

pronto! a minha parte eu tinha feito... apesar de ter ficado um pouco decepcionada, pois queria realmente que ela voltasse comigo, fiquei feliz por saber que o marido dela ia buscá-la, pois vi o quanto ela estava feliz com isso...

depois daquele dia, ela sempre me cumprimentava sorridente, puxava um assunto meio tímida (só comigo, não entendo), mas não voltava comigo... pedia carona sempre para uma outra colega... nos primeiros dias até pensei que, já que tinha desdenhado a minha carona, no dia em que a tal colega não fosse, ou não pudesse dar carona pra ela, eu ia dar qualquer desculpa, mas não ia levá-la... depois pensei que era bobagem, afinal, se ela se sentia mais à vontade com a outra, o que eu poderia fazer?

e esse dia chegou... o marido não estava para buscá-la, e a tal colega faltou aula... no intervalo, perguntou-me se poderia ir comigo, ao que respondi, sorridente: -claro! será um prazer...

e assim foi... falei, falei, falei; ela falou, falou, falou... aliás, ela deve ter se surpreendido com o quanto eu falei, pois estava acostumada a me ver sempre calada, cara sisuda, aquela coisa toda...

de qualquer modo, a coisa fluiu ao natural, e desde aquele primeiro dia, sempre voltamos juntas para casa, trocando idéias sobre estudo, família, projetos, sonhos, enfim, sobre a vida... parecíamos velhas amigas agora...

um dia antes da prova, tivemos uma aula de revisão que durou o dia inteiro... ela estava cansada, com fome, mas sempre com o seu olhar esperançoso e confiante, desejando a mim e aos colegas mais chegados que se saíssem bem na prova... nesse dia, eu disse para ela o que tinha dito para meu marido no dia anterior: que, nas minhas orações, tinha pedido pra Deus que eu, ele, a minha irmã, e ela passássemos no concurso - e era verdade, pedi de coração... ela ficou muito emocionada, e senti que tinha acreditado...

logo no dia seguinte à prova, bem cedo, o telefone tocou, e era a iolanda... um pouco desanimada, com medo de que tivesse ido mal, principalmente porque tinha muita dificuldade em português... falou-me de toda a expectativa da família, do marido que tinha pago o cursinho pra ela, que acreditava no seu esforço e na sua vitória... tentei confortá-la, dizendo que esperasse o resultado, para que tivesse fé, essas coisas...

nos dias que se seguiram, a iolanda me ligou praticamente todos os dias, sempre naquele horário... contou-me que ia falar com o seu ex-chefe, que agora era sócio em um curso preparatório para concursos, para ver se conseguia uma bolsa de estudos, pois não queria desistir de estudar... eu disse que ia torcer por ela, e que ia dar tudo certo... e torci de verdade...

o resultado do concurso saiu, tivemos um desempenho bem parecido, mas, logo depois, a prova foi anulada, devido a várias irregularidades...

veio o final do ano, fiquei fora um tempo, e não tinha mais falado com a iolanda... mas pensei nela algumas vezes, torcendo, do fundo do coração, para que ela conseguisse a bolsa que tanto queria, pois, como disse antes, ela merece de verdade...

ontem, grata surpresa, ela me ligou no meio da tarde: -oi maria!! -oi iolanda!! como vai? quanto tempo?? -vc me reconheceu, ainda lembra da minha voz, ela disse... -mas é claro! como ia esquecer?

-estou ligando, pois amanhã é meu aniversário, e queria que tu e o teu marido viessem aqui em casa comer um churrasquinho. vai ser bem intimista, só a família e vocês...

confesso que fiquei surpresa e honrada com o convite mas, infelizmente, tive que recusá-lo, pois já tínhamos outro compromisso... mas consegui dizer a ela que tinha ficado super feliz por ter lembrado de mim, e queria fazer algo aqui em casa com eles para retribuir o convite...

ela me confessou que, durante todo esse tempo que mora aqui, só convidou duas pessoas para irem na casa dela, eu e uma outra menina... que sabe que sou uma pessoa do bem, de coração bom, que não sou invejosa, e sente que pode me contar as coisas e dividir seus sonhos comigo... contou-me que conseguiu a bolsa de estudos que tanto queria, e me convidou para assistir a primeira semana de aulas com ela... disse também que, assim que surgir uma bolsa, ela vai me indicar, pois sabe que eu mereço...

nossa! eu tenho que admitir que adoro demontrações de carinho, mas elas ainda me constrangem um pouco... de qualquer forma, eu fiquei extremamente feliz por saber que desperto sentimentos bons nas pessoas, ainda mais quando se trata de alguém tão especial como a iolanda...

minha querida iolanda! hoje é teu aniversário, e eu quero deixar registrado (mesmo que vc não leia aqui, vou ligar para te dizer) os meus parabéns pelo teu aniversário, mas, principalmente, por vc ser esse ser humano único, tão rico de amor, de esperança, de pureza, de encanto, de generosidade... o mundo precisa de mais exemplos como o seu, que há de vencer na vida pelos seus próprios méritos, porque corre atrás, porque vence as dificuldades, porque vê o lado bom da vida, porque se doa, porque sabe se levantar depois de cada tombo...

fica aqui o carinho de uma pessoa que aprende a cada dia com vc, e um dia, quem sabe, perderá esta terrível mania de julgar os outros sem conhecer...

agradeço a Deus por ter te colocado no meu caminho, e peço que ele ilumine e guie os teus passos para esta vitória que é tão desejada e tão merecida - tão sua...

um beijo grande, do tamanho deste seu coração, que ensina a todos que com vc convivem, que o mundo pode ser melhor, e podemos ser sempre melhores para aqueles que merecem...

maria.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

mais uma da série: contradições


sempre fui chorona.
incrível, mas poucas pessoas o sabem - mesmo as mais próximas, talvez, nem suspeitem dessa minha característica.
por quê? porque, invariavelmente, sempre tentei esconder minha sensibilidade. não faz muito tempo que me dei conta de que ser sentimental é uma qualidade e, como tal, deve ser expressada.
mas eu tinha que ser sempre a forte, não?
não! não sei daonde eu tirei essa história... não sei como passei tanto tempo acreditando nessa bobagem...
e mesmo hoje, já tendo me dado conta disso, ainda me pego tentando afogar a lágrima que teima em nascer quando ouço alguma música que me toca. ou então quando lembro de alguma passagem que me marcou. quando penso em alguém querido que já se foi. quando penso e, às vezes, sinto medo do futuro...
ou quando vejo cenas que me deprimem: um cavalo magro e cansado puxando uma carroça com quilos e mais quilos de lixo, sem ter direito ao menos a um pouco de água e um descanso. pessoas revirando os lixos em buca de alimento. um cachorro sarnento, abandonado e com fome. crianças que deveriam estar só brincando e estudando, pedindo dinheiro no sinal, ou trabalhando pesado - como gente grande. pessoas idosas trabalhando sem parar - deveriam estar agora só descansando...
todas essas coisas me entristecem profundamente, e sempre que vejo tais cenas eu choro por dentro. choro por não entender por que o mundo tem de ser assim, mas, principalmente, porque agora não consigo fazer muito pelo mundo...
mas ainda no meio de todo esse cenário de injustiças e descrenças, houve uma cena que me comoveu pela sua simplicidade, mas, acima de tudo, pela sinceridade...
ontem, quando passeava com o meu cachorro (que, infelizmente, vive melhor do que muitas pessoas neste país), parei uns minutos para contemplar um menino que revirava o lixo seco da vizinhança e, já cansado, encostou-se em um poste para descansar. estava acompanhado de um lindo cachorro preto, que, ao que me pareceu, devia ter cruza com pastor alemão. eles trocavam carinhos, se abraçavam, sorriam, e se olhavam - e naquele olhar havia muito amor... amor e fidelidade... que muitas pessoas que têm bem mais do que aquele menino não conhecem, nem mesmo de ouvir falar...
era tão verdadeiro o jeito que o menino acariciava e beijava o seu companheiro e por ele era retribuído, que era como se não houvesse nada ao redor, e como se toda a sua miséria e todo o seu sofrimento não existissem, pois, naquele momento, só havia os dois - ele e o seu grande amigo.
e foi nesse instante, vendo aquela cena como num filme, que imaginei situações tristes pelas quais aquele menino poderia ter passado... pensei se teria família, se estaria estudando, se tinha uma casa, se passava fome... por outro lado, pensei também em como alguns momentos de alegria podem nos remeter a uma outra realidade quando nos permitimos estar lá - e isso é só para os que têm coração bom.
e pensando em tudo isso, naquele momento eu chorei. não por dentro. ali, bem no meio da calçada, pra quem quisesse ver. não liguei. me desliguei. me permiti. e de um modo que não sei explicar me conectei àqueles dois corações que, de tão unidos, conseguiram, mesmo que por alguns instantes, sair do seu próprio mundo e se presentear com uns poucos minutos de alegria, tocando profundamente também o meu coração.
e, mais uma vez, levantei as mãos para o céu e agradeci por tudo o que eu tenho... e o mais importante que Deus de me deu foi, sem dúvida, a sensibilidade para perceber como sou privilegiada por poder ver todas as coisas que me acontecem como dádivas, pois mesmo as experiências negativas são essenciais - elas são as que mais têm a nos ensinar.
maria: permita-te mais. liberta-te. não tenha medo de se abrir... as coisas vêm na exata proporção daquilo que deixamos fluir...

sábado, 10 de janeiro de 2009

cadê o foco que estava aqui?

não sei se por conta do início do ano, não sei se por causa de uma pressão interna (hoje maior), ou em razão das inúmeras expectativas que rondam os meus pensamentos... só sei dizer que até agora, décimo segundo dia do ano, voltei das férias (que eu mesma me concedi), e não consegui baixar a cabeça para estudar como gostaria e como me programei.
tá certo que assumi umas coisas que não deveria ter assumido, mas agora não tenho como voltar atrás...
aliás: para quem não é do mundo do direito, é bom saber:

- a partir do primeiro semestre, vc já é doutor para seus amigos e familiares e começa a dar "consultas", e o que é pior, de graça;

- assim que vc se forma, a família toda quer lhe passar os processos (milhares) que tem, o que, via de regra, é um perigo. uma pq eles te pagam pouco, quando pagam, pois acham que estão fazendo um grande favor, afinal, vc ganhará experiência... duas, porque, se vc ganha, não fez mais do que a sua obrigação. em compensação, se vc perde, dizem: só podia ser da família, santo de casa não faz milagres!
e vc tem duas opções: aceitar ou aceitar.

não adianta dizer que não quer advogar, que não sabe como fazer a ação, que vai direcionar a vida profissional para concursos, que se arrependeu de fazer esta faculdade, que odeia o direito, seja lá a desculpa que for... não cola...

para ser sincera, uma das coisas que me fez desistir de advogar foi justamente essa: a desvalorização da classe. desvalorização em termos de dinheiro, mas, principalmente, em termos de respeito.

na minha ótica, a questão do dinheiro está intimamente ligada ao fato de que as pessoas precisam do advogado para resolver seus problemas, mas no fundo, no fundo, sempre acham que poderiam fazer melhor. parece aquela história: de médico e advogado todo mundo tem um pouco...
hoje em dia é assim, no mundo moderno em que vivemos, de muita troca de informação em velocidade quase que imediata, as pessoas sabem de tudo um pouco e não têm vergonha de dar os seus palpites, por mais furados que sejam. então, quando consultam um advogado, no mais das vezes, elas já vêm com a resposta pronta - só querem uma confirmação. diante disso, pensam que o advogado seria tão-somente um instrumento imposto pela lei para atingirem o seu direito e, via de consequência, a retribuição pecuniária passa para um segundo plano de importância.

nesse sentido, entendo que o profissional é que deve se impor na hora de cobrar seu preço, coisa que, mesmo com horas de terapia, nunca consegui fazer... e como é próprio do ser humano, quanto maior é o preço que for pedido, maior será o grau de valorização do profissional.
o primeiro chefe que tive, o dr. thales, me disse uma vez: maria, nunca preste serviço de graça. cobre, ao menos, o que a pessoa possa pagar, pois todas as vezes em que não cobrei, e o cliente não obteve o que queria, colocou a culpa em mim, como dizendo: não deu porque foi de graça, se eu tivesse dinheiro, teria sido diferente... mesmo ele tendo trabalhado sem cobrar por ser uma pessoa muito boa de coração...
custei um pouco para acreditar nisso, até que o meu terapeuta me colocou a questão nestes termos: maria, se vc for contratar uma faxineira, ela vai te cobrar, certo? claro, disse eu. e se ela te cobrar um preço alto, o que virá à tua cabeça primeiro? que é uma boa profissional ou, no mínimo, que sabe "vender o seu peixe", respondi. então, disse ele, como pensa em não cobrar pelos teus serviços, ou mesmo cobrar pouco? vc não concorda que passou seis anos em uma faculdade estudando bastante, e que nunca ninguém lhe perguntou se precisava de dinheiro para pagar a mensalidade, comprar livros, etc? vc não concorda que a pessoa que está te contratando aposta no seu êxito propocionalmente ao preço que ela paga, assim como vc à faxineira?
perfeito. agora eu tinha entendido. mas e daí, se nunca consegui colocar isso em prática? tá certo que isso tem muito a ver com minha personalidade, de auto-estima meio baixa... de qualquer modo, sempre preferi saber que ia ganhar tanto por mês e me contentar, a ter que ficar estipulando o meu preço a toda hora.
quanto à questão do respeito, tem muito a ver com os maus profissionais que degradam a imagem da advocacia aqui no brasil. não que eles não existam em todas as outras, mas é que parece que fica muito mais evidente nesse meio. e como em qualquer círculo vicioso, quem não se respeita, não obtém respeito dos demais, tornando a nossa justiça desacreditada e perdida. quem sabe no dia em que eu estiver do outro lado do balcão as coisas não mudem? eu continuo tendo esperanças...
por enquanto, duas ações estão tirando o meu sono e, por causa delas, não consigo me concentrar nos estudos, e sei que vou sofrer as consequências disso.
peço a deus que me ilumine e me dê um pouco de concentração nesta hora, para que o meu estudo volte a fluir como antes, afinal, preciso realizar todos os desejos que fiz no começo deste ano, e olha que foram muitos...
agora vou brincar de pega-pega com meu foco para ver se o alcanço... quem sabe ele não volta a correr um pouco atrás de mim?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

para o meu amigo pedro

caro pedro,

este primeiro post de 2009 quero dedicar a vc, que no ano passado brindou-me com a sua (longínqua) presença neste espaço que, até então, acreditava que seria só meu...
e como não poderia deixar de ser, quero pedir um milhão de desculpas pela gafe cometida, desde já pedindo que vá se acostumando com esse meu jeito, pois sou muito distraída e já passei muitas vergonhas por isso...
desta vez, ocorreu que, como estava viajando, resolvi dar uma espiada rápida nos meus mails numa destas casas de computadores (tipo lan house), e tinha muito barulho em volta... quando entrei aqui e vi seu recado, quis logo responder, mas ao meu lado tinham umas crianças falando bastante, e um deles se chamava paulo... batata que escrevi paulo sem nem me dar conta... horrível, eu sei, mas peço desculpas mais uma vez e espero que não esteja chateado comigo...
ah! aproveito para responder às perguntas feitas no seu último comentário, agora com mais calma...
acabei escrevendo de maneira dúbia sobre o meu sonho de ser mãe, sem me dar conta de que parecia mesmo que eu estava grávida... mas, por enquanto, isso ainda não é realidade. até mudei esta parte do texto para que fique mais correto - o projeto é para daqui a uns dois ou três anos (antes preciso passar num concurso, rsrsrs)...
o meu cachorrinho se chama Bê, e é da raça yorkshire... é bem pequeno, pretinho (agora com a cabeça grisalha, pois fez sete anos no dia 30.12), e super temperamental (será que puxou a mãe?). sou muito apegada a ele e fico pra morrer quando ele fica doente... e só o fato de pensar que daqui a alguns anos não estará mais comigo me deixa muito triste - por isso prefiro nem pensar...
adoro todas as raças e quando morava em uma casa, no interior, tinha uma pastora chamada diana que nos acompanhou por doces 13 anos... fiel, companheira, protetora e amiga como nenhum outro que tive... quando chegávamos em casa ela sorria que nem gente, pode?
a passagem que mais me marcou e me emociona até hoje quando lembro, foi quando ela teve uma ninhada de 10 filhotes, nascidos prematuramente e, por isso, infelizmente, nenhum deles sobreviveu... nós morávamos em uma casa ao lado de um terreno baldio enorme, e o meu pai resolveu fazer vários buracos e enterrar cada filhotinho em um deles, todos bem longe uns dos outros. mas o instinto materno da dianinha falou mais alto e ela cavou um grande buraco, desenterrou cada um dos filhos e enterrou todos juntos - como se quisesse mante-los bem assim como vieram ao mundo... eu tinha mais ou menos uns sete anos de idade, mas aquelas imagens nunca saíram da minha cabeça... impressionante como aprendo com os animais.
enfim, ainda sonho em morar numa casa bem grande, onde possa ter vários bichos de todos os tipos e tamanhos, quem sabe adotar alguns da rua, quem sabe...
tenho vários projetos de vida... como te falei, além de querer adotar bichos de rua, também quero me dedicar aos seres humanos... quero ter tempo (e dinheiro) para adotar instituições e levar um pouco de amor e carinho para essas pessoas que precisam tanto de atenção. penso em crianças e idosos primeiramente. quando estiver em um estágio espiritual mais evoluído, penso também nas pessoas doentes...
e fico muito feliz por saber que vc e seus amigos tem se dedicado também a outras pessoas... verdade é que o bem que fazemos aos outros retorna para nós mesmos em proporções inimagináveis... parabéns para vocês!!!
mas eu estava aqui a pensar que coisa louca essa vida... graças à magia da internet, de uma hora para outra estou em contato com alguém que vive a uma distância quilométrica, e com a qual mantenho diversas afinidades... e olha que, como já cansei de dizer, eu realmente não esperava que alguém fosse ler o que escrevo... mas fico feliz por ser uma pessoa tão legal como vc! e de um país que, apesar de ainda não conhecer, me desperta só coisas boas.
obrigada pela companhia, e vou tentar escrever mais seguido agora que estou de volta à rotina normal. contarei como foi o natal e a passagem do ano em detalhes, rsrsrs...
tim tim! um excelente 2009, cheio realizações e sucessos!!